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sexta-feira, 27 de julho de 2012

A Verdade que os Maconheiros Não Sabem e Não Querem Saber.


Personalidades e artistas têm aparecido como defensores da legalização do uso das drogas. Argumentam sempre com o fracasso da criminalização, e que o Estado não deve interferir na liberdade individual.

Drogas eram legais na Suécia. Em 1970 todas foram proibidas, numa rara unanimidade legislativa. A razão foi o agravamento dos problemas sociais, de saúde e de segurança, causados pelo enorme aumento de dependentes. De lá para cá houve o endurecimento das penas e a obrigatoriedade de tratamento. Hoje a Suécia, com a mesma população de Portugal, tem oito vezes menos dependentes em tratamento e 30% menos de homicídios.

Os argumentos pró-legalização ignoram que todas as drogas causam alterações cerebrais de difícil recuperação. Mudam as conexões neuronais em áreas específicas, criando uma nova memória do prazer, que altera a percepção do mundo e afeta a motivação e o desejo. A droga passa a ser a prioridade. Consumida mais e mais, deteriora os vínculos sociais e familiares. Com raciocínio comprometido, o dependente dificilmente entende o que acontece quando vira um doente crônico.

A epidemia das drogas é nosso pior problema de saúde pública. Hoje temos uma explosão de procura das emergências médicas, envolvendo dependentes. Ela é mais letal que todas as epidemias virais e bacterianas juntas, potencializada por um número elevado de homicídios, acidentes fatais e suicídios. Como na epidemia viral, quanto maior a quantidade de vírus circulante, maior é a contaminação; quanto maior a oferta de drogas, maior será o número de dependentes. A legalização do uso só agravará esse quadro e reforçará o tráfico.

Osmar Terra
Mestre em Neurociência pela PUC-RS e ex- secretário de Saúde do Rio Grande do Sul

7 comentários:

  1. Peraí, estão colocando os maconheiros no mesmo patamar de usuários de crack? é isso? Nunca li nada tão ridículo em toda minha vida, conseguiu ser pior que a matéria de veja.

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    1. Concordo PLENAMENTE com você, Gustavo... O título está um pouco errado, deveria ser "Os absurdos que os maconheiros não sabem e ficariam 'revoltados' em ver".

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    2. Mentes atrofiadas viciado em maconha ou cocaina ou alcool é um candidato imediato do crack do cocodrile e outras uma pessoa noiada consome o que o dinheiro garantir a aquisição usuarios e viciados nao tem controle das emoçoes e dos impulssos
      Muito triste a situação de usuarios sejam eles dependentes ou no camin ho da dependencia e da demencia.

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  2. Eis aí um argumento de quem, entendendo de neurociência (e não de psicologia), vem e fala merda.

    "A droga passa a ser a prioridade. Consumida mais e mais, deteriora os vínculos sociais e familiares. Com raciocínio comprometido, o dependente dificilmente entende o que acontece quando vira um doente crônico."

    Isso diz do campo da psicologia, e, dentro da psicologia, todos nós sabemos que a questão das drogas não está nas drogas em si, mas no vício. Inúmeros estudos mostram que (e isso relativo a todas as drogas) o número de viciados é muito menor que o número de usuários - o que mostra que as drogas em si podem ser completamente seguras pra uns, e perigosas pra outros (como praticamente tudo de que nos utilizamos). Alguns psicólogos, sob a liderança de Bruce K. Alexander, fizeram um estudo no fim da década de 70 onde testavam a susceptibilidade ao vício e sua relação com o social. No experimento com ratos, eles descobriram que, num ambiente social saudável e sem privações, o vício (utilizaram-se, para isso, de morfina e opióides) não acontece ou acontece com pouquíssima frequência. Foi a partir daí que surgiu uma nova ideia na saúde que consistia em tratar o vício em seu contexto socio-histórico, e não na relação direta com a droga. Os países que aderiram a essa ideia (a de tornar o vício um problema de saúde pública, e não usá-lo como pretexto para a proibição das drogas) têm se saído muito bem: neles, a descriminalização das drogas diminuiu consideravelmente o número de viciados (o que é lógico, dado que o vício na maioria das vezes figura até como um confronto com a lei simbólica, o que desaparece quando a droga entra dentro da lei), de crimes e erradicou quase completamente o tráfico. Prender-se a políticas falhas antigas para defender a manutenção do combate às drogas é, no mínimo, leviano. Falar de uma área que não é a sua como se tivesse propriedade quanto a isso - e utilizando-se do seu título (EM OUTRA ÁREA) pra mostrar credibilidade - é mais leviano ainda. Chamar a própria opinião de "verdade" então, nem se fala.

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    1. Genial isso. Nunca havia pensado o vício sobre essa ótica. Bom texto, deveria ser o principal.

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